O presidente da OAB SP,
Luiz Flávio Borges D´Urso, anunciou no último sábado (5/5), durante o
15◦ Encontro Regional dos Advogados do ABCDMR , em Santo André, que o
tipo penal constante do projeto que criminaliza a violação das
prerrogativas dos advogados foi incluído no texto do anteprojeto do
Código Penal, em elaboração pela Comissão de Juristas no Senado Federal.
D´Urso estava acompanhado do presidente da OAB de Santo André, Fábio
Picarelli e do vice-presidente da OAB SP e presidente da Comissão de
Assuntos do Judiciário, Marcos da Costa.
D´Urso
lembrou que fez esta proposta de criminalizar a violação das
prerrogativas dos advogados, inicialmente em 2004, apresentando projeto
em uma Reunião do Colégio de Presidentes da OAB, ocorrido no Paraná. A
proposta foi aprovada por unanimidade, tendo constado da Carta final,
que documentou o evento. Posteriormente, transformou-se em projeto de
lei, que graças a uma ampla mobilização, com milhares de assinaturas
colhidas em São Paulo, foi aprovado na Comissão de Constituição e
Justiça e depois, no plenário da Câmara dos Deputados. Agora está
tramitando no Senado Federal.
"No
Senado, sofreu resistências do relator, senador Demóstenes Torres,
oriundo do Ministério Público. Mas queremos ressaltar que, na semana
passada, conseguimos incluir no texto do anteprojeto do Código Penal, a
criminalização da violação das nossas prerrogativas. Nós apresentamos a
proposta da inclusão ao advogado Técio Lins e Silva, integrante da
Comissão de Reforma do Código Penal, que a sustentou e foi aprovada por
unanimidade”, explicou o presidente D'Urso.
O
presidente da OAB SP ressaltou, ainda, que a luta pela criminalização
das violações às prerrogativas dos advogados é permanente. “Esses
projetos, quando aprovados, certamente trarão uma diretriz pedagógica
para aquelas autoridades que têm obrigação de respeitar as nossas
prerrogativas. Trará uma diretriz de mudança cultural para que todos
conheçam as nossas prerrogativas profissionais e assim possam
respeitá-las, sob pena de infringir uma norma específica, com
consequências na área criminal, com punição que apesar de não
encarcerar ninguém, todavia a condenação criminal abrirá a porta para a
ação civil, que será proposta não contra o Estado, mas contra a
autoridade violadora das nossas prerrogativas”, afirmou o presidente.
Segundo
D'Urso, quando os violadores das prerrogativas dos advogados forem
processados criminalmente, terão de contratar um advogado para se
defender. “ Nós queremos que eles entendam a importância do respeito ao
nosso trabalho”, finalizou.